Canas OnLine

31 janeiro 2007

2006


Fotos de Rui Pina
Carnaval Canas de Senhorim 06

16 comentários:

Achadiça disse...

Cingab:

Se já aqui chegou
Vamos lá continuar
Isto não acabou
Só mudou de lugar

Os anos que vi no seu perfil
Não escondem a verdade
Embora já me pareça senil
Só com 33 anos de idade

Se com três anos datado
Se lembra do carro ardido
Ou o perfil está errado
Ou o Cingab confundido

Não lhe digo a cor do carro
Nem quantos anos eu faço
Só lhe digo que o meu bairro
Desde sempre foi o Paço

Coelhinho coelhinho
Tão querido, tão macio
Nem o teu pelo fofinho
Trouxe beleza ao Rossio

Mal empregado fatinho
Coitadinha da criança
Vestido de coelhinho
Prontinho p’ra matança

Prontinho p’ra matança
Em sentido figurado
O mesmo que sentença
O mesmo que derrotado

Vou terminar o assunto
Que este já me cansa
O Cingab já era um adulto
Não era nenhuma criança

Já era um láparo feito
Quando o Paço folgou
Coitado, perdeu o jeito
Nunca mais recuperou

ibotter disse...

sugestão aos cantantes:
"postem" as quadras - têm + visibilidade!

Cingab disse...

Não me falta inspiração
A quem me chama senil
E respondo-lhe, porque não?
Seja uma, cem ou mil!

33 anos são os meus
Os do Paço a aturar
Já ganhei direito aos céus
Por aos pequenos perdoar

A árvore que nasce torta
Tarde ou nunca de endireita
Isto não é palavra morta
Desculpe lá mais esta desfeita

Vesti a pele de coelho
E sujei-me num lameiro
Mas eu não ando c'um “relho”
Vestido com pele de cordeiro

E quando alguém do Paço
Me vem com falinha mansa
Eu as mangas arregaço
E perde logo a “cagança”

Porque por chato que seja
Vale sempre a pena lembrar
O Rossio causa-vos inveja
O que é capaz de matar

Uma mulher não tem idade
E a sua não me importa
Gosto da sua fidelidade
A um Bairro que não vale uma porta

Achadiça disse...

Que não vale uma porta!
Diz o Cingab por despeito
Confrontado com a derrota
Qualquer rima lhe dá jeito

Ainda assim insiste
Ainda teima no desafio
É sinal que não existe
Bom senso no Rossio

Até da banda abdicam
Por um grupo musical
E assim sacrificam
A tradição do carnaval

Temo que por este andar
O Rossio batuqueiro
Troque a marcha popular
Por um samba brasileiro

Não sei o que lhe vai na alma
A propósito deste assunto
Se fosse eu perdia a calma
Se fosse eu ralhava muito

O nosso entrudo é ímpar
Pelo que tem de desigual
Não queira o Rossio acabar
Com o nosso carnaval

Deixo a minha opinião
Nas palavras que aqui ficam
Se acabam com a tradição
É Canas que prejudicam

Cingab disse...

Se me fala de tradição
Falemos a uma só voz
De Lisboa é a Canção
E Fatos da Figueira da Foz

Bonitos são de certeza
Os fatos que vão alugar
No Rossio há destreza
Somos estrelas a brilhar

Não gosto de amplificação
Terça-feira no despique
Mas colunas ao “delandão”
Parece ser um vosso tique.

Fica-vos mal a ingenuidade
Aos especialistas em sabotagem
No Rossio há dignidade
De Canas protegemos a imagem

No Pelourinho dançamos
Mantemos a marcha a andar
No Rossio não ficamos
Para só aí marchar

Achadiça disse...

Ibotter não leve a peito
Por as quadras não postar
É que para esse efeito
Só se o Cingab alinhar

É que para se entender
Esta nossa desgarrada
As quadras têm que se ler
Todas juntas à desfilada

Se o Cingab concordar
E o Ibotter assim quer
Por mim pode-as postar
Pode fazer o que quiser

Admito estar renitente
E com alguma hesitação
O Cingab é impertinente
E abusa do palavrão

Depois vem a qualidade
Que a exibição obriga
Não basta a maldade
Com que ele me fustiga

Cingab, pense no assunto
E aposte na qualidade
Pois não é o insulto
Que lhe traz dignidade

Claro que estou na reinação
O Cingab é bem-educado
Só lhe foge a boa educação
Quando o Rossio é mal tratado

Mas a história é mesmo assim
Como o Rossio não recupera
Chegou a Canas de Senhorim
Um “Impact” de espera

Vamos lá ver se é desta
Com muito som e tecnologia
Que o Rossio faz a festa
No despique ao terceiro dia

Cingab disse...

Achadiça e Ibotter
Façam como entenderem
As rimas que eu escrever
são vossas para postarem

Que você tem por hobby
Desdenhar as minhas rimas
Apoiada por um lobby
De intelectuais meninas

Do Paço não chegam para mim
Trato-os como sendo de asnelas
Eu sou de Sanas de Senhorim
E no Rossio não há “balelas”

Ando às volta por respeito
Para rimar com Achadiça
Há uma palavra mesmo a jeito
E não é a palavra liça

Que na Praça haja Impacto
É algo sempre de saudar
Esta rapaziada tem tacto
Para o Carnaval mudar

As tradições sempre mudam
Um pouco como os amores
Respeito todos que suam
Por um Carnaval sem dissabores

PortugaSuave disse...

Para quem gosta de rimas
E aprecia esta derriça
Vou eu postar as quadras
Do Cingab e da Achadiça

Achadiça disse...

Anda-lhe a palavra na cabeça
Diz o Cingab que dava jeito
Mas p’ra rimar com Achadiça
Acho o pensamento suspeito

Espero que tal rima
Não vá dar que falar
Que seja coisa feminina
Nada de invulgar

Não me fale em tradição
Pois já em si não confio
Quando faz alusão
À inovação do Rossio

Inovar sim mas com calma
Com respeito pelo legado
Para que se não perca a alma
Do nosso histórico passado

Não é com samba e guitarradas
Que melhoramos o Carnaval
Para isso já temos “asneladas”
E que me perdoe o animal

Mantenham a banda no corso
Não a abandonem sem glória
Tenham respeito pelo esforço
E consideração p’la memória

Se querem um som actual
Vão curtir lá p’ro mercado
Deixem o nosso Carnaval
Vão dançar p’ra outro lado

O Cingab e outros que tais
Numa atitude anormal
Esquecem-se que nossos pais
Também amam o Carnaval

Com estas mudanças
E tanta impertinência
Ainda vou às Finanças
Mudar de residência

Fica o Paço perplexo
Com tanta leviandade
Perante a crise de sexo
Efeitos da puberdade

Os problemas de puberdade
Que no Rossio grassam
Não são um efeito de idade
Pois esses sempre passam

É mesmo doença inata
Uma crise de paixão
E para ser mais exacta
Aqui fica a explicação

O Rossio cala a dor
Mas nota-se o cansaço
Sofre um mal de amor:
Apaixonou-se pelo Paço

Cingab disse...

Tanta presunção, meu Deus
Que a amiga aqui exala
Qualidade que é dos seus
Companheiros de cabala

Não é que isso me mace
Até deu gargalhadas mil
Ouvir a marcha do Paço
Com português do Brasil

Porque entra agora o sexo
Nesta contenda, achadiça
É coisa sem muito nexo
Eu não vou a essa missa...

O legado respeitamos
Dignos e com muito afinco
Mantemos a liberdade
Pura que nem um “brinco”

Depois fala de amor
Respeito, tradição e paixão
Esquecendo o dissabor
De ficar com um melão

Todos os anos é igual
Não cumprem o que prometem
E isso é um sinal
Que este ano não acertem

Tomam por lorpas os do Rossio
Mas nós deixamos que seja assim
Porque nós somos os guardiões do brio
Do Carnaval de Canas de Senhorim

Lagartixa por muito que queira
Nunca chegará a jacaré
Perdoo-lhe essa inveja
Porque isto é o que é!...

Somos melhores, maiores, grandiosos
Uma força do Tamanho do Universo
Juntamos nossos pais e avós saudosos
Ao Rossio que aqui vos verso

Achadiça disse...

Parabéns ao adversário
Desta vez aprimorou-se
Deixou de ser primário
Fosse lá porque fosse

As quadras compostinhas
Trabalhadas com empenho
Estão muito arranjadinhas
De conteúdo e tamanho

A verdade é sagrada
Foi assim que aprendi
Mas não vejo sanada
A doença que entrevi

O Rossio está deprimido
Sofre de mal de amores
O culpado é o Cupido
Não são os sabotadores

Isto já é paixão antiga
Muitas vezes camuflada
Por uma ou outra briga
Uma ou outra cacetada

P’ra disfarçar a choradeira
Vai recorrer à tecnologia
Com tamanha chinfrineira
Pensa qu’a paixão alivia

Torna-se difícil rivalizar
Se isto continuar assim
Com um Rossio a amar
Em Canas de Senhorim

Escolha outro par
Agarre outro braço
Não se deixe tentar
Pela beleza do Paço

Amores incorrespondidos
Dão sempre mau resultado
Se querem ser atendidos
Vão amar para outro lado

O paço só quer competir
Com entrega e devoção
P’ró Carnaval se cumprir
Como manda a tradição

Cingab disse...

O Paço quer competir?
Mas não tenha ilusões
Para um Carnaval construir
Nós damos explicações

Mas é um caso perdido
Parece não aprender
Com raposas tem vivido
E causa-me algum prazer

Amor tem o Rossio
Pelo Carnaval de Canas
Nisso têm pouco brio
Talvez umas paixões insanas

Mas ainda me dirão
Quem vos elegeu defensores,
Desta nobre tradição
Não são vocês provedores...

Continua com despeito
As minhas rimas criticar
Mas em questões de respeito
Vocês não são de fiar

Só pela vossa irritação
De um despique amplificado
Até vou contra a minha opinião
Para não me sentir gozado

E esqueça lá isso dos amores
Porque já não temos idade
Prefiro viver com os sabores
E aquela eterna saudade

Achadiça disse...

Os amores não esquecem!
Por muito que custe crer
São eles que comprometem
O vosso ensejo de vencer

Ficam p’ra ali aturdidos
Pelo nosso esplendor
Apurando os sentidos
E silenciando o amor

É tanto o vosso espanto
Tanta a vossa emoção
Que se rendem ao encanto
Com apreço e admiração

Invejam o nosso colorido
A marcha com mais graça
O cortejo mais aplaudido
Quando o meu bairro passa

Depois vêm com desculpas
Para não perder o orgulho
Assumam mas é as culpas
Não metam o Paço ao barulho

É com essa triste postura
Que me divirto e delicio
Confirmam a fraca figura
Que nos oferece o Rossio

Cingab disse...

O que o Paço tem de bom
Mas é uma verdade atroz
De Lisboa vem o som
Os fatos da Figueira da Foz

E até lhe digo mais
Já em asnelas também fazem
Vêm de outros carnavais
Os fatos que vocês trazem

Invejar o vosso colorido?
Ou o vosso ar atómico?
Talvez nunca tenha ouvido:
Mas é de um gajo ir ao vómito!

Aplaudem vossas “loucas”
Isso tem motivo lógico
Também aplaudo as focas
Quando vou ao Jardim Zoológico

No Rossio não expulsamos
Os companheiros marchantes
Os problemas conversamos
Não somos amuados pedantes

E as atitudes insanas
De a vossa marcha olhar
É um sacrifício por Canas
para o entrudo não acabar

Achadiça disse...

Da Figueira ou de Lisboa
Não interessa de onde seja
A nossa marcha é coisa boa
Que vos causa muita inveja

Os fatos são bonitos
Haja moças p’ros vestir
Não é nos vossos corpos
Que eles hão-de servir

D’ir ao vómito e agoniar
É mesmo o vosso feitio
E eu tenho que aturar
Estes gajos do Rossio

”Aplaudam vossas loucas”
Que raio quer isto dizer
O Cingab anda às aranhas
E eu p’ra o entender

Quem anda sem tacto
Não é o Paço de certeza
É o Rossio e o tal de Impacto
Que não assume com firmeza

E agora para acabar
Vou despedir-me com estima
Só lhe peço para começar
As novas rimas mais acima

Cingab disse...

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