Canas OnLine

01 março 2007

Opiniões III

Delírios
por Achadiça

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Tudo começou no Domingo de carnaval. O Paço causava furor com uma excelente frente de marcha, onde ponteavam belos trajes e uma alegria inigualável. Depois, ao longo da marcha podiam apreciar-se inúmeros grupos foliões que mostravam originalidade e bom gosto. Os carros alegóricos de elevado recorte artístico, complementavam um corso fantástico que, incorporando a tradicional Banda de Música, arrematava com uma alusão satírica às condições do sistema de saúde. Pelo meio podíamos apreciar o excelente efeito produzido pelo movimentos dos golfinhos num carro simples mas muito bem conseguido, a divertida sátira da “Bandalhoca”, os "ghostbusters" dos computadores, as “Floribelas”, enfim, uma diversidade de referências e representações que asseguraram a genuinidade do nosso carnaval.
Por oposição, o Rossio causava dó. Lá levava a marchita meia composta, mas desfilando sem graça nem criatividade. Os carros eram de bradar aos céus e, foi nesta atitude que lá consegui vislumbrar um carrito jeitoso, único na mostra. Uma águia mijona, que a cada movimento mecânico, derramava óleo por tudo quanto era lado. Ainda têm muito que aprender para se meterem nestas coisas mecânicas.
Mas a coisa até passava despercebida se a páginas tantas não dou comigo a ouvir a marcha do Rossio interpretada por uns rapazes enfastiados e pouco convictos do papel que estavam a representar. Lá iam vestidos no rigor do funeral, sem uma fantasia, uma pintura, algo que nos indicasse que integravam efectivamente um cortejo carnavalesco. Uma tristeza. Ressalvo o cantor que tentava contrariar aquele triste quadro sonoro.
Com o passar dos dias a febre foi aumentando, mas mesmo assim, na terça-feira, lá fui até às Quatro-Esquinas para assistir ao despique. Mas a febre não perdoa e com ela veio o completo delírio. Então não é que, e juro que foi isto que vi, ou que a alucinação deixou entrever, dou com o Rossio a gritar histericamente sozinho, abandonado à sua teimosia e reduzido a meia dúzia de gatos-pingados. Ainda surpresos, interrogavam-se frustrados sobre o porquê de tamanha ingratidão, logo este ano que cumpriram meticulosamente o acordado na reunião preliminar entre as direcções de ambos os bairros. Já não vale a pena sermos honestos e cumpridores da nossa palavra, comentavam.
Consciente que a alucinação febril estava a toldar-me a mioleira fui meter-me rapidamente entre mantas para ver se recuperava a tempo de dar uma saltada ao baile do Paço que, como sabemos vem perdendo adeptos de ano para ano e como tal convém apoiar e participar. Mas que raio! De novo o delírio febril atacou sem dó nem piedade. Então não é que o Salão dos Bombeiros estava completamente cheio. Velhos e novos dançavam acaloradamente ao ritmo das marchas e outras músicas adequadas.
[...]

4 comentários:

Anónimo disse...

Ora aqui está alguém q sabe ver a realidade (!!!!)

Segunda disse...

Enfimm...uma opinião por conveniência...e parcialmente absurda.
Deixem-os sonhar. Um dia quem sabe...poderá ser assim.Ou então não!

Anónimo disse...

finalmente alguem fala a verdade gostei !

Anónimo disse...

é icho mesmo, vitória assombrosa do paço por falta de comparência, claro que não é a 1ª vez, faz parte é carnaval, è o vosso comportamento, ninguém leva a mal, são os marr... no seu melhor, p´r ano terão outra novidade, qual será?