A propósito do Carnaval...
por PortugaSuave
Foram estas particularidades, aliadas à dedicação com que as gentes de Canas se entregam à sua festa de eleição, que colocaram Canas de Senhorim no roteiro de milhares de visitantes e foliões que anualmente nos procuram para desfrutar e participar no nosso carnaval. Uma festa do povo para o povo, gratuita e espontânea, como refere António João Pais Miranda na publicação Canas de Senhorim – História e Património.Ora, perante tal evidência, o mínimo que seria de esperar dos responsáveis camarários (Câmara Municipal de Asnelas) era que apoiassem e difundissem este evento, assumindo-o como património cultural da região, elegendo-o como ex-líbris do calendário festivo do município e promovendo-o eficazmente.Mas não. Muito pelo contrário. O que a Câmara Municipal de Asnelas fez no ido ano de 1977, foi incentivar a recriação na sede do município (Asnelas) de um carnaval artificial, tirado a papel químico do nosso. Simularam uma rivalidade ficcionada entre dois bairros postiços e saíram ao embuste, sem pejo nem dignidade.Ocorre-me aqui a leviandade de imaginar o que seria se a Câmara do Carregal, inspirada pelo plágio da sua congénere nelense, importasse a vetusta e tradicional Dança dos Cus de Cabanas de Viriato para o Carregal do Sal. Impossível! Pertencesse Cabanas ao concelho de Asnelas e asseguro-vos que o “bate cu” há já muito tempo seria parte do folclore “genuinamente nelense”.Este fenómeno de decalque reflecte a inconsistência histórica e cultural da vila de Asnelas. Constituída sede do concelho e criada administrativamente do nada, sem história nem memória, por força de Decreto em 9/12/1852, reuniu no seu seio as vilas de Canas de Senhorim, Senhorim e Santar. Estas vilas possuíam uma identidade própria que assentava no seu vasto património histórico e era consolidada pelos costumes e tradições seculares que os seus povos legaram à modernidade. Essa herança chegou aos nossos tempos através da arquitectura, da gastronomia, das lendas e crenças e de outros rituais, entre os quais o carnaval de Canas. O que aconteceu com Asnelas é que não houve legado nem herança que sustentasse o estatuto entretanto adquirido. No que refere ao carnaval a tradição nelense resumia-se ao bailes de carnaval e às moribundas “Contradanças” que, convenientemente, são referidas como origem(?) do actual carnaval de Nelas (ver Boletim Informativo n.º 7 da Câmara Municipal de Asnelas, de Fevereiro de 2005).Na ausência de tradições assinaláveis e a coberto de líderes despeitados e sem escrúpulos copiou-se o que havia para copiar e aviltou-se assim o património alheio na confecção de um carnaval por receita. Roubo premeditado e plágio consumado.
1 comentário:
tanta dor de cotovelo k teem neste «concelho» de sacanas de pirolim.Nao vejo ninguem de nelas falar mal do carnaval de sacanas,mas enquanto a camara der dinheiro temos k os aturar.Bom carnaval
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