Não muito longe vão os tempos, em que o Carnaval de Canas se parecia mais ao que é hoje a feira das velhas... Grupos de moços e moças, dos dois bairros, iam alternadamente ao outro bairro... A participação dos homens resumia-se a andarem ao lado do corço com varapaus não permitindo que se misturassem as “raças” ... Claro está que, andarem pessoas nas ruas, em tempos de Carnaval, com paus na mão, confrontando o outro bairro, não podia dar bons resultados... Quase sempre saía “molho”!... Neste particular, era o Rossio que perdia!...
Conta-se que certa vez os guardadores de rebanhos do Paço conseguiram empurrar a marcha do rossio para dentro dos “claustros” (antiga vacaria junto à Igreja), transformando o espaço num ring de box...
Claro que haviam pedradas, murros, urina e fezes, os tais paus, farinha...
E quem não se lembra das “majoretes”?... Haverá muito bom homem, casado e pai de filhos, que não esquecerá... É que elas não eram só enfarinhadas...
As mascaradas, pessoas que correm pelo breu da noite (e não só), completamente irreconhecíveis, assustando os mais desprevenidos... Mais uma tradição de Canas!...
E as Comadres e os Compadres?... Às gentes solteiras eram sorteados pares para dançarem nos bailes à noite... O Rossio reeditou essa tradição em 2006... É verdade que o sorteio, bem, o sorteio... Mas que sorteio... Ehhhhh!...
Temos também o episódio, contado pelo António João (chamado o Judeu – isso também tem uma história, fica para mais tarde) de quando um novo cabo veio para o posto da GNR e ordenou a proibição das bombas de Carnaval (o tempo deu-lhe razão). António João e muitos outros combinaram que todos os foliões canenses lançassem à mesma hora, numa noite, as bombas junto ao posto... Aquilo parece ter sido algo de levantar os mortos das campas, os Cabo pediu para sair de Canas!...
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