Cá estamos para participar neste ajuntamento de machos foliões. Aproveito para esclarecer que a nossa presença foi bastante influenciada por esse motivo – a exclusividade de machos, mesmo que alguns não honrem as obrigações.
Contrariando tradições antigas, verificamos que este berloque junta na mesma “associação” pacenses e rossienses, criando a ténue ilusão de que toda a gente vai comungar pacificamente desta união. Pois está redondamente enganado o seu mentor e todos aqueles que julgam possível qualquer harmonia entre as convidadas Achadiça e Riça, assumidamente do Paço, a Cristalinda, do Rossio, e os demais convivas, seus opositores bairrenses.
Desde já, abdico da minha condição de conciliadora e de presidente do Mulherio, para fazer valer a minha veia pacense. Como tal, que fique esclarecido que a partir de agora, neste berloque, falarei somente em meu nome e assumirei pessoalmente todas as responsabilidade sobre os vitupérios que já me ocorrem.
Duma vez por todas espero que o Rossio invista algum dinheiro na formação de carpinteiros e soldadores para que se consiga compreender que raio de bicharada é que eles montam nos carros alegóricos. O problema é que nem montar os carros nem montar nada... são incompetentes em ambas as montadorias.
No ano passado vieram cá duas amigas minhas, disponíveis e cheias de expectativas quanto à qualidade do milho. Uma solteirona pouco convicta, outra divorciada em fase avançada de desespero, ambas acalentando igual esperança de encontrar companhia agradável e diversão carnavalesca. Por solidariedade para comigo ou por genuína simpatia pelo bairro, o certo é que de imediato se identificaram com a marcha do Paço e, folionas alinharam no cortejo brincando e rindo como toda a gente. O vinho do Dão, que as apanhou desprevenidas e as deixou demasiado atrevidas, fê-las pasar por autênticas moças do Paço tal era a convicção com que gritavam afinadas “eu sou do Paço...”.
À noite, a rivalidade vivida à tarde é substituída pela euforia subversiva dos copos e pela descompostura do gesto. As minhas amigas estavam maravilhadas com a transmutação e pela animação geral. O machos galifões de imediato farejaram a presença das forasteiras e cirandavam de todos os lados a manifestar seduções. Entusiasmada com os avanços de um franganote do Rossio, uma delas já andava desesperada a saber de uma pensão em Canas e acabou por desaparecer junto com o franganote. Pensava ela que a noite acabaria em grande, mas o certo é que o franganote ao aproximarem-se as vias de facto pôs-se a andar alegando horas de entrar em casa. A outra mereceu o embevecimento de um galo a cair de velho, também do Rossio, que passou a noite a babar cerveja para cima dela e, não fosse a atenta intervenção de um amigo meu do Paço, a pobre vinha encharcadinha para casa.
Foi com esta imagem que as forasteiras partiram no que se refere à qualidade do milho. Lamentável. Com isto mais se reforçam as minhas convicções bairristas. Portanto, minhas amigas forasteiras se querem espevitar as penas fujam dos galos do Rossio pois de lá nem entrudo nem folguedo.
Rapariga, se és forasteira
E queres milho na capoeira
Não procures no Rossio
Pois lá o cortejo é coxo
E os galos sem pavio
Vem mas é ó Paço
Se queres encher o regaço
Contrariando tradições antigas, verificamos que este berloque junta na mesma “associação” pacenses e rossienses, criando a ténue ilusão de que toda a gente vai comungar pacificamente desta união. Pois está redondamente enganado o seu mentor e todos aqueles que julgam possível qualquer harmonia entre as convidadas Achadiça e Riça, assumidamente do Paço, a Cristalinda, do Rossio, e os demais convivas, seus opositores bairrenses.
Desde já, abdico da minha condição de conciliadora e de presidente do Mulherio, para fazer valer a minha veia pacense. Como tal, que fique esclarecido que a partir de agora, neste berloque, falarei somente em meu nome e assumirei pessoalmente todas as responsabilidade sobre os vitupérios que já me ocorrem.
Duma vez por todas espero que o Rossio invista algum dinheiro na formação de carpinteiros e soldadores para que se consiga compreender que raio de bicharada é que eles montam nos carros alegóricos. O problema é que nem montar os carros nem montar nada... são incompetentes em ambas as montadorias.
No ano passado vieram cá duas amigas minhas, disponíveis e cheias de expectativas quanto à qualidade do milho. Uma solteirona pouco convicta, outra divorciada em fase avançada de desespero, ambas acalentando igual esperança de encontrar companhia agradável e diversão carnavalesca. Por solidariedade para comigo ou por genuína simpatia pelo bairro, o certo é que de imediato se identificaram com a marcha do Paço e, folionas alinharam no cortejo brincando e rindo como toda a gente. O vinho do Dão, que as apanhou desprevenidas e as deixou demasiado atrevidas, fê-las pasar por autênticas moças do Paço tal era a convicção com que gritavam afinadas “eu sou do Paço...”.
À noite, a rivalidade vivida à tarde é substituída pela euforia subversiva dos copos e pela descompostura do gesto. As minhas amigas estavam maravilhadas com a transmutação e pela animação geral. O machos galifões de imediato farejaram a presença das forasteiras e cirandavam de todos os lados a manifestar seduções. Entusiasmada com os avanços de um franganote do Rossio, uma delas já andava desesperada a saber de uma pensão em Canas e acabou por desaparecer junto com o franganote. Pensava ela que a noite acabaria em grande, mas o certo é que o franganote ao aproximarem-se as vias de facto pôs-se a andar alegando horas de entrar em casa. A outra mereceu o embevecimento de um galo a cair de velho, também do Rossio, que passou a noite a babar cerveja para cima dela e, não fosse a atenta intervenção de um amigo meu do Paço, a pobre vinha encharcadinha para casa.
Foi com esta imagem que as forasteiras partiram no que se refere à qualidade do milho. Lamentável. Com isto mais se reforçam as minhas convicções bairristas. Portanto, minhas amigas forasteiras se querem espevitar as penas fujam dos galos do Rossio pois de lá nem entrudo nem folguedo.
Rapariga, se és forasteira
E queres milho na capoeira
Não procures no Rossio
Pois lá o cortejo é coxo
E os galos sem pavio
Vem mas é ó Paço
Se queres encher o regaço
Um gajo do Rossio
19 comentários:
Forasteiros, forasteiras
Não acreditem no que a Achadiça diz
No Rossio encontras tudo
É onde te sentes Feliz
Se até as próprias “pacenses”
Ao Rossio se vêm mostrar
Aos galos de penas brilhantes
Que muitas galadelas têm para dar
A Achadiça esconde o milho
das “forasteiras” que convida
Talvez queira ficar com tudo
Talvez às amigas encher a barriga?
Não faça isso ó amiga
Que o Rossio dá para tudo
Venham de lá as galinhas
Vamos todos encher o “bandulho”
PARABÉNS PELA VEIA POÉTICA. ISTO PROMETE. QUE TAL DAREM UMA REVIRAVOLTA À LETRA DA mARCHA, E APROVEITAR O SEU TALENTO PARA INTRODUZIR INOVAÇÃO NA NOSSA MARCHA DO ROSSIO?
AMIGO CINGAB,
O COMENTÁRIO ANTERIOR FOI FEITO POR MIM, CRISTALINDA, DE ALMA E CORAÇÃO ATÓNITA. NÃO ME IDENTIFIQUEI PORQUE ME ESQUECI DA SENHA. COMO SABE SOU UM BOCADO AZELHA NESTAS COISAS.
CRISTALINDA.
Cris
É caso para dizer: Falta de sexo provoca amnésia e outras coisas que agora não me lembro :)
Metes-te com gajos do Rossio, depois é o que dá...
Cingab
Os galos do Rossio
escrevem poemas bem esgalhados
é pena que de pavio
estejam tão mal equipados
Achadiça,
Cada pavio do Rossio
vale muito, não sem consome
O mal está no cuspir
No prato onde se come!
Cingab
No prato onde se come
Cada um põe o que quer
Se não queres passar fome
Vem para o Paço mulher
Achadiça,
Publicidade enganosa
É punida pela lei
A achadiça é gulosa
Não deixa nada a ninguém
Cingab
Não deixo nada a ninguém
Isso é engano do Cingab
P’rós seus lados não há é quem
Tome conta do que lhe cabe
Achadiça,
Achadiça não ofereça
Galo não come bolota
Aquilo que nos oferece
Mais vale com a irmã da conhota.
No rossio há dos bons
E eu bem sei que não recusa
Mas as galinhas do paço
Aos de crista não dão tusa
"No Rossio há dos bons"?!
Isso é lá contigo
Das boas há certamente
E esta não rima.
Se a de cima não rimou
faltou-me o saber
toma lá 20 euritos para poderes...
esta também não rima.
Cingab
Estava isto a correr bem
com piada e sem cretinice
logo tinha que vir alguém
fazer uso da ordinarice
Para responder à vulgaridade
Que o façam as do Rossio
Pois a minha dignidade
Não permite tal desafio
Se quer continuar a folia
não seja tosco nem vulgar
Quanto à brejeirice agradecia
que a deixasse noutro lugar
@Achadiça,
Se do paço é a amiga
Boa é a linguajar
A sua dignidade preservo
Aqui e em qualquer lugar
Mas a crista eu não baixo
Me desculpe Achadiça
Quero ver o fundo ao tacho
Tenha ele grelo ou nabiça
De fora vêm galinhas
sedentas de um bom galar
Abrem bem as a asinhas
O que é sempre de saudar
Mas os galos d'outras quintas
Deixam-vos sempre a arfar
Esquecem-nos, e não me mintas
e ficamos a chuchar
Também eu já andei
Por essas disputas preversas
Agora uma coisa sei:
Eu já não vou em converças
Cingab
Assim é que é falar
Nem parece do Rossio
Vamos lá continuar
Entendido o desafio
Entendido o desafio
Dá-me gosto responder
O mal do Rossio
É não querer perceber
É não querer perceber
Qu'o Paço é sensacional
Como prova o entardecer
De terça-feira de carnaval
De terça-feira de carnaval
Que nos consagra a vitória
Onde o Paço é fenomenal
E o Rossio não faz história
E o Rossio não faz história
Nem deixa recordação
Para alcançar tal glória
É preciso ambição
É preciso ambição
E fazer as quadras rimar
Usar uma combinação
Que as ponha par a par
Que as ponha par a par
Como faz a Achadiça
Não é só despejar
Conversa de hortaliça
Conversa de hortaliça
Com grelos à mistura
Inspira-me a preguiça
P’ra continuar a leitura
LOL isto está bonito está! Ò Cingab desculpa lá mas estás a levar um baile que é obra (claro que eu sou completamente parcial!)!
Amigo Cingab
Foi um despique com brio
Mas ei-lo chegado ao fim
Viva o Paço e o Rossio
Viva Canas de Senhorim
Se de rimas quer falar
É porque a verdade lhe custa
Não me importo de errar
O despique não me assusta
Bom poeta não sou
E do latim pouco sei
Mas rimar de par em par
Não está escrito na Lei
Um Poema não é só rima
Mas um sentimento profundo
De um povo que se anima
Num entrudo com'ó Mundo
Por muito que queira a amiga
E digo-lhe com amizade
A mentira repetida
Não se transforma em verdade
Pois o Paço sempre ganha
E este é seu triste fado
Experiência para o ano
Permita-me mais este recado.
E nisto dos galinheiros
Pelo menos é o que acho
Para um ficar por cima
Alguém tem de ficar por baixo
Chegou ao fim, pois então
O despique neste blogue
Viro-me agora p'ró pisão
Que também é coisa nobre
Um obrigado lhe direi
Por causa desta fiel liça
A contenda não esquecerei
Com a amiga Achadiça
Rossio e o Paço, Viva!
Viva Canas de Senhorim
O melhor Carnaval do Mundo
Que trago dentro de mim
Achadiça,
Só não lhe respondi ontem, porque o Blogguer deu tilt!... Talvez sabotagem de algém do paço!...
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